Consumismo automóvel

24 janeiro, 2021 por Aurélio Pita

Eu tenho uma visão um pouco drástica em relação aos automóveis. Acredito que o carro tem apenas uma função: transportar-me de um ponto para o outro. Tudo o resto é produto do consumismo.

A indústria automóvel gasta por ano mais de 30 mil milhões de euros para nos vender a ideia de que um carro nos trará felicidade. Eles tentam mostrar que se tivermos aquele carro vamos ser como o surfista fixe que aparece na publicidade, o empresário bem sucedido, a família feliz ou até mesmo uma estrela do desporto. Não nos deixemos enganar, comprar carro não nos trará nada disso.

Pelo facto da publicidade estar em todo o lado, na televisão, nas revistas, nos cartazes da auto estrada ou até mesmo na casa de banho, deixamos de ter consciência que estamos constantemente a ser bombardeados com esta ideia de ter um bom carro.

Devido a esses 30 mil milhões investidos por ano, o nosso subconsciente passou a sentir emoção pelos carros, passamos a acreditar que o carro é sinal de qualidade de vida, de ambição e de reputação social. Passamos a acreditar que precisamos de um bom carro para sermos felizes.

A verdade é outra, ter carro sem possibilidades económicas para isso cria em nós uma taxa de esforço muito alta e com isso problemas. Mesmo quando o conseguimos pagar estamos a perder imenso dinheiro que poderia estar investido no que realmente traz conforto à vida.

A minha questão é, de que serve ter um bom carro se temos problemas financeiros sempre que aparece uma conta para pagar?

Por esta visão drástica sobre o tema, o valor atual dos meus carros tem que ser sempre menor do que 30% do meu salário líquido anual.

Os meus carros

Atualmente tenho duas viaturas. Um carro comprado em 2016 por 5 mil euros e uma carrinha comprada em 2018 por 6 mil euros, ambos pagos a pronto no dia da compra. O valor atual das viaturas é de aproximadamente 8 mil euros.

Atualmente estou a tentar perceber como melhorar a situação e ter apenas um carro. Mesmo assim, o importante é que esses 8 mil euros são menos de 30% do meu salário líquido anual.

Tendo possibilidades para ter um carro bem melhor do que o meu carro atual, escolho não o fazer e em vez disso canalizo a diferença do valor para os meus investimentos. Esta escolha garante que estou a potencializar o que é realmente importante para mim, a estabilidade e tranquilidade na vida.

Carro não é felicidade

Para mim, conduzir um carro simples que compre a sua função faz-me tão feliz como ter um grande carro. Saber que tenho uma vida tranquila com segurança financeira faz-me ainda mais feliz.

Não nos podemos esquecer que a função do carro é nos transportar de um lado para o outro embora todo o mundo nos diga que é mais do que isso. A verdade é que a paixão que criamos pelos carros é produto do consumismo e enquanto não nos apercebemos disso seremos escravos dele.


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