Como analisar um ETF: VWCE
30 janeiro, 2023 por Aurélio Pita
O VWCE é um ETF registado na Europa que tem sido cada vez mais popular entre os investidores devido à sua diversificação global e baixo custo. Ele segue o índice FTSE All World, que inclui mais de 3.500 empresas de média e grande capitalização em cerca de 50 países, tanto desenvolvidos como emergentes.
O VWCE foi criado em 2019 pela Vanguard como uma réplica europeia do VT dos Estados Unidos. Ao contrário do VT, o VWCE é um ETF acumulador, o que significa que os dividendos são automaticamente reinvestidos. Isto é muito vantajoso em países como Portugal, uma vez que permite não pagar impostos sobre os nossos dividendos, maximizando assim os juros compostos.
Total Expense Ratio (TER)
A TER, em português Taxa de Encargos Correntes, do VWCE é de apenas 0,22% por ano. O VWCE é um dos fundos com menor TER, especialmente se comparamos com fundos ativos que andam perto dos 2% ao ano, isto é, dez vezes mais caros. Vários estudos mostram que há uma relação muito forte entre a TER e a performance do fundo. Por exemplo, o “The Cost Matters Hypothesis” diz que, em média, fundos de baixo custo superam fundos de alto custo em todas as categorias de ativos ao longo do tempo.
NAV (Net Asset Value)
O NAV, em português Valor Patrimonial Líquido, do VWCE é atualmente 96.11€. O NAV representa uma fração do valor total da carteira de ativos. Ele é calculado pelo valor total dos ativos do fundo menos os seus passivos, dividido pelo número de cotas em circulação. Resumidamente, o NAV pode ser visto como o valor que temos que pagar para adquirir uma unidade de participação no ETF, embora o valor de compra e venda possa ser ligeiramente diferente do NAV devido às movimentações do mercado.
AUM (Assets Under Management)
O AUM, em português Ativos Sob Gestão, do VWCE é atualmente de 2,2 mil milhões de euros. O AUM é o termo usado para referir-se ao tamanho total do património do fundo e é geralmente usado como uma medida de popularidade e sucesso. Fundos com AUM maiores tendem a ter maior liquidez e uma maior capacidade de investimento, o que é vantajoso para os investidores pois podem movimentar o seu dinheiro sem preocupações.
Replicação
O VWCE é um ETF que utiliza o método de replicação física para seguir o índice FTSE All World. A replicação é o processo pelo qual um ETF tenta igualar o desempenho de um determinado índice. A replicação física significa que o ETF compra e mantém as mesmas ações que compõem o índice, ao passo que a replicação sintética utiliza derivados, como contratos futuros, para replicar o desempenho, adicionando mais risco à equação.
Uma boa opção
Há muitas estatísticas e estudos que suportam a ideia de que investir em ETFs como o VWCE é vantajoso. O estudo “Dalbar Quantitative Analysis of Investor Behavior”, por exemplo, mostrou que investir de forma passiva em fundos globais pode ser vantajoso para os investidores, pois ajuda a evitar decisões de investimento emocionais e inadequadas e permite aproveitar o desempenho do mercado ao longo do tempo.
Por estas razões, o VWCE é visto como uma ótima opção para aqueles que procuram uma carteira diversificada a um custo relativamente baixo. Além disso, ao seguir o FTSE All World, o VWCE oferece acesso a uma ampla gama de empresas em todo o mundo, o que ajuda a mitigar o risco de investir em apenas uma região ou setor específico.
Referências:
- “The Cost Matters Hypothesis” de Russel Kinnel, diretor de pesquisa da Morningstar, publicado em 2009.
- “Dalbar Quantitative Analysis of Investor Behavior”, por Dalbar Inc., publicado em 2020.