Troquei de carro
16 outubro, 2022 por Aurélio Pita
Para dar algum contexto eu tinha dois carros, um Renault Megane na Ilha da Madeira e uma Toyota Hiace em Espanha, isto porque passo alguns meses por ano em cada região.
Visto passar cada vez mais tempo em Espanha, em conjunto com a minha namorada decidi vender a carrinha e arranjar um carro mais útil para o dia a dia.
Eu valorizo o facto de conseguir fazer grande parte da minha vida sem carro, mas começava a ser chato ter que usar uma carrinha tão grande para algumas das voltas que fazemos. Mais tarde ou mais cedo tínhamos que arranjar um carro mais pequeno.
Apenas um carro
O primeiro ponto que analisamos antes da compra foi o facto de querermos manter apenas um carro em Espanha. A maioria dos casais que conheço necessita de dois carros para o seu dia a dia, pois têm rotinas diferentes, mas eu acredito que existem alternativas.
Trabalhar desde casa ou perto do trabalho e viver numa pequena cidade é dos fatores mais importantes para deixar de depender do carro.
A localização da cidade é outro ponto importante. Por exemplo, se vivermos à beira mar com uma montanha de fundo deixa de ser necessário utilizar o carro para visitar a natureza.
Ser funcional
Em segundo lugar, queríamos um carro simples e funcional. Muitas pessoas apaixonam-se pelas publicidades, pelo lifestyle que certo carro irá produzir e esquecem-se que o único objetivo do carro é levar-nos de um sítio para o outro.
O carro escolhido deveria ser seguro, económico e adequado ao nosso estilo de vida. Com a evolução da tecnologia, hoje em dia é relativamente fácil encontrar isso nos carros.
Qualidade preço
O último ponto analisado foi o preço que estávamos dispostos a pagar. Com trabalhos estáveis e algum dinheiro de folga tínhamos condições para avançar para algo bem melhor que a nossa antiga carrinha, mas decidimos limitar esse gasto.
Eu acredito que a compra de um carro adequado é um dos fatores mais importantes no nosso estado financeiro. Por exemplo, comprar um carro às prestações equivalente a dois anos de salário é um assassinato ao nosso futuro. O esforço financeiro que temos que fazer para suportar esse gasto é absurdo, especialmente em algo que só perde valor.
Idealmente devemos pagar o nosso carro a pronto e o seu valor não deve ultrapassar metade do nosso salário anual.
Analisar a compra com base no salário é uma opção, mas eu prefiro analisar olhando para o património, isto é, o valor de todos os nossos bens.
Para os meus carros, que são passivos e que perdem dinheiro com o passar do tempo, tenho o objetivo de manter o seu valor total abaixo dos 10% do meu património. Isso significa que o carro é apenas uma pequena fatia de um bolo maior, significa que é um acessório e não algo que afete a minha vida financeira.
Se por alguma razão o valor do carro chegar a zero, isso não muda nada de significativo nas minhas finanças. Imaginem o contrário, se o carro for tudo o que temos, perder o carro é devastador.
A decisão final
No final acabamos por comprar um Volkswagen Polo de 2018 pois cumpria todos os requisitos. É claro que pagamos a pronto com dinheiro que tínhamos de parte, pois os juros devem trabalhar a nosso favor e não contra.